A PROSPERIDADE É CRIADA, E NÃO HERDADA


Algumas vezes leio sobre dificuldades da indústria brasileira (deve acontecer com outros países também) em acompanhar ou competir com algumas grandes industrias mundiais. Muitas vezes surgem explicações que tratam de problemas fiscais, falta de incentivos, questões de burocracia, governo, questões geográficas, etc..
Tudo isso realmente atrapalha, e quando não atrapalha, também não ajuda. Mas assim como temos diversas “justificativas” para dificuldades da indústria nacional em alguns setores, também existem diversos exemplos de superação no mundo, e também no Brasil. Mas olhando lá prá fora, vemos países menos privilegiados em questões naturais, clima, território, relevo, e alguns como Japão, Alemanha, entre outros, que ainda foram assolados por guerras em momentos relativamente recentes de sua história, mas conseguiram alcançar um nível de industrialização e competitividade que lhes levaram a lideranças mundiais em alguns setores.

É claro que no Brasil também temos diversos ótimos exemplos de indústrias que superam as dificuldades e tornam-se grandes competidoras mundiais. Eu tive a felicidade de trabalhar por 18 anos em uma grande indústria brasileira do setor de autopeças, e acompanhei nesse período um crescimento sólido e um grande aumento na participação no mercado nacional e internacional, o que certamente fez com que esta empresa ocupe hoje possivelmente a liderança nacional no setor, e uma grande participação no mercado internacional. Acredito que hoje seja a maior indústria do setor no Brasil e seguramente uma das cinco maiores do mundo. 
E conheço, felizmente, muitos outros casos semelhantes de grandes indústrias brasileiras.

Mas todo esse sucesso de alguns gigantes da indústria nacional passa por inovação.

E para ilustrar um pouco isso, reproduzo um texto do “Porter” que usei em um trabalho ainda nos tempos de faculdade de Administração, e que em regras gerais continua atual.

A PROSPERIDADE É CRIADA, E NÃO HERDADA

Porter nos faz refletir: Ele diz que “a prosperidade nacional é criada, e não herdada. Ela não brota dos dons naturais de um país, nem de sua força de trabalho, ou de suas taxas de juros, ou ainda do valor de sua moeda, como insistem os economistas clássicos.

A competitividade de uma nação depende da capacidade de sua indústria de se inovar e se aperfeiçoar. Os concorrentes vão fatal e inevitavelmente superar qualquer companhia que pare de inovar e se aperfeiçoar. 
As organizações precisam capacitar-se a operar nesse ritmo crescente, sob pena de sofrerem um processo acelerado de obsolescência, um processo de contínua desestabilização e diminuição de competitividade, precisam tornar-se mais ágeis, ficar mais leves, ser mais competentes. 
Abandonar-se a valorização do tamanho, do peso, da força bruta, para procurar leveza, agilidade, competência, não se trata de meras adaptações a circunstâncias passageiras; trata-se de transformações profundas, radicais, a ponto de atingir o posicionamento estratégico da organização”. 

(Michael Eugene Porter é professor da Harvard Business School, com interesse nas áreas de Administração e Economia. É autor de diversos livros sobre estratégias de competitividade)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A SELFIE DA VIDA

Carnaval e Páscoa - Qual a relação?